Você está sentado em sua cama com seus pés dobrados embaixo do corpo em um anoitecer de outono, enquanto uma chuva pesada cai do lado de fora. Em um fone cancelador de ruídos, você escuta o som de uma mulher gentilmente assoprando dentro de seus ouvidos. Ela sussurra, intimamente exalando sua respiração enquanto alterna entre um lado e o outro, causando um arrepio que corre do topo da sua cabeça até as dobras da sua coluna.
Se a descrição acima causou uma sensação de familiaridade a você, então meus parabéns, você é um dos felizardos portadores da Resposta Sensória Meridiana Autônoma (ASMR, na sigla em inglês). O nome complicado se refere a uma sensação curiosa e formigante, conhecida em alguns cantos da internet como um orgasmo cerebral.
Da cabeça aos pés
Pessoas afetadas pelo ASMR costumam ter sensações distintas, o que torna sua descrição algo complicado. Em alguns casos, estímulos diversos podem causar reações de prazer físico intenso, enquanto para outros a resposta de seu organismo se resume a um quase hipnótico estado de relaxamento e felicidade – e há também quem simplesmente não sinta nada.
Ainda assim, uma das reações mais comuns parece envolver uma sensação de formigamento no interior e no topo da cabeça, que pode se estender para baixo pelo pescoço e até mesmo chegar aos braços e pernas. Os fanáticos pelo assunto afirmam que há uma distinção óbvia entre o ASMR e o frisson – como são chamados os arrepios e estalos que podem ser produzidos por uma excelente obra musical.
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